segunda-feira, junho 28, 2021

JOÃO BATISTA - A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO

JOÃO BATISTA – A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO 

“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel silvestre. Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo” (Mateus 3:1-10).

 COMO FOI A HISTÓRIA DE JOÃO BATISTA?

 1. João Batista, o último dos profetas, nasceu numa pequena vila chamada Ein Kerem, talvez no ano 4 DC. Era a época do rei Herodes, o Grande. Ele era filho de Isabel e Zacarias (Lucas 1:8-25). Mesmo sendo de idade avançada eles foram pais e receberam a criança por obra do poder de Deus.

 2. Zacarias era sacerdote e estava ministrando no santuário quando recebeu o anúncio do nascimento de João Batista e a importância daquela criança prometida. Então, no devido tempo João nasceu, conforme vontade do Senhor. Ele trouxe muita alegria para seus pais (Lucas 2:57-80).

 3. Conforme anunciado pelo anjo Gabriel, João Batista foi cheio do Espírito desde o ventre materno e foi enviado para pregar o arrependimento e ser um homem poderoso espiritualmente no estilo profético de Elias. Ele foi a preparação de Deus para o ministério de Jesus Cristo.

4. Izabel era descendente e Arão e parente (prima) de Maria, mãe de Jesus. Ou seja, Jesus era primo em segundo grau de João Batista. A Escritura registra esse encontro especial de Isabel com Maria em Lucas 2:39-56.

5. João Batista cresceu e vivia no deserto com roupas de pele de camelo e um sinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

6. João começou a pregar o arrependimento dos pecados e batizava aqueles que aceitavam essa mensagem maravilhosa. Ele não tinha medo de proferir duas palavras sobre os religiosos hipócritas que desejavam uma vida litúrgica sem atitudes verdadeira de mudança de vida.

7. João Batista afirmava que ele não era o Messias, ele foi enviado como uma preparação para o ministério frutífero de Jesus que ele afirmava ser o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele batizava com água, Jesus batizaria com o Espírito e com fogo.

8. Jesus Cristo veio e foi batizado por João Batista no rio Jordão. Houve uma manifestação maravilhosa do Espírito Santo descendo como pomba sobre Ele e uma voz declarando que Jesus era o filho amado de Deus.

9. Com o passar do tempo, muitos discípulos de João começaram a seguir a Jesus e João afirmou que “convém que ele cresça e eu diminua”, pois sabia que o ministério de Jesus estava avançando e o dele iria acabar.

10. João batista morreu depois de ficar um tempo preso. Ele fez críticas pesadas contra o relacionamento conjugal ilegal de Herodes Antipas (Tetrarca da Galileia, filho de Herodes, o Grande) e Erodias (a mulher de Filipe, seu irmão). A morte de João Batista foi um pedido de Erodias usando a dança da sua filha Salomé. Ela dançou e agradou a Herodes que, seduzido, prometeu um presente. Então, Erodias pediu a cabeça de João Batista (Mateus 14:1-12).

O escritor e historiador Flávio Josefo cita João Batista em seu livro Antiguidades Judaicas. Ele afirma que João Batista era um homem bom, mas trata de maneira diferente da história bíblica a finalidade do batismo que ele realizava. Josefo fala que João pregava o batismo para purificação do corpo, não como sinal de arrependimento.

“Alguns dos judeus pensaram que o exército de Herodes havia sido destruído por Deus e que esse era um castigo bem justo para vingar a morte de João, cognominado o Batista. Pois Herodes mandou que o matassem, embora João fosse um homem bom, tendo ensinado os judeus a cultivarem as virtudes, serem justos uns com os outros, piedosos para com Deus e virem juntos para o batismo. Ele ensinava que Deus aceitava o batismo contanto que não se submetessem a esse ato a fim de obter remissão de certos pecados, mas para a purificação do corpo, caso a alma já estivesse purificada pela justiça. E quando os outros se reuniram em torno dele (pois foram profundamente tocados quando ouviram suas palavras), Herodes receou que, sendo tão grande o poder de persuasão que João tinha sobre as pessoas, conduzisse o povo a uma insurreição, pois eles pareciam prontos a seguir seus conselhos; Herodes resolveu prendê-lo e matá-lo antes que provocasse qualquer tumulto, de forma que mais tarde ele tivesse que enfrentar uma revolta. Devido a essa suspeita de Herodes, João foi enviado preso a Maquero, a fortaleza que já mencionamos acima, tendo ali sido morto. Os judeus creram que foi para vingar a morte de João que o desastre se abateu sobre o exército, com Deus querendo infligir mal a Herodes”

Então, quais as lições podemos aprender com a vida de João Batista? 

O QUE PODEMOS APRENDER COM A VIDA DE JOÃO BATISTA?

1. ELE FOI UM HOMEM CONSAGRADO - João Batista é um exemplo de um servo completamente consagrado a Deus e à sua divina vontade.

 A sua vida no deserto é um sinal de total dependência de Deus. Sua roupa e comida eram símbolo do sustento divino. Tudo que João Batista tinha era Deus e o propósito de fazer a sua vontade.

O deserto é um lugar enigmático na história bíblica. O Povo de Deus para voltar a terra prometida teve que passar e viver no deserto, Jesus antes de começar seu ministério passou pelo deserto. O deserto fortalece, purifica, consagra, nos aproxima de Deus.

Essa é ideia do salmista quando fala da benção da intimidade com Deus e como é importante para todos nós. “Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve escolher. Na prosperidade repousará a sua alma, e a sua descendência herdará a terra. A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Salmo 25:12-14).

2. ELE FOI UM HOMEM VOCACIONADO - João Batista é um exemplo de uma vida completamente dedicada para cumprir o chamado de Deus. Ele não veio ao mundo para ele mesmo, mas veio para cumprir um propósito, uma vocação, um chamado.

Ele sabia muito bem do seu propósito de vida e da sua missão. “E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-lhe as correias das sandálias. Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” (Marcos 1:7-8).

O Apostolo Paulo também viveu por um propósito, vejamos o que ele diz na despedida com os presbíteros em Éfeso: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (Atos 20:24).

3. ELE FOI UM HOMEM COMPROMETIDO COM A VERDADE - João Batista é um exemplo de uma pessoa comprometida com a verdade da Palavra de Deus, mesmo que esta verdade custasse sua própria vida.

Ele não teve medo de falar contra um erro do próprio rei Herodes que estava vivendo com a sua cunhada e isso foi o motivo da sua morte (Mateus 14:1-12).

Ele tinha uma mensagem direta e contundente. Vejamos o que ele diz na sua pregação: “Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo. Foram também publicanos para serem batizados e perguntaram-lhe: Mestre, que havemos de fazer? Respondeu-lhes: Não cobreis mais do que o estipulado. Também soldados lhe perguntaram: E nós, que faremos? E ele lhes disse: A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo” (Lucas 3:10-14).

4. ELE FOI UM HOMEM HUMILDE - João Batista é o exemplo de uma pessoa humilde e obediente a Deus. Não havia vaidade no seu ministério.

Quando ele percebeu que a história se cumpria no crescimento do ministério de Jesus ele se alegrou dizendo: foram ter com João e lhe disseram: “Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos lhe saem ao encontro. Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada. Vós mesmos sois testemunhas de que vos disse: eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor. O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim. Convém que ele cresça e que eu diminua” (João 3:26-30).

5. ELE FOI UM HOMEM USADO POR DEUS – João Batista foi um homem que Deus usava para falar ao coração de muitas pessoas e transformar vidas. João Batista chamou tanto a atenção do povo de sua época que ele chegou a ser comparado com o profeta Elias.

Ao ser interrogado sobre quem era, ele respondeu: “Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías” (João 1:21-23).

6. ELE FOI UM HOMEM VENCEDOR - João Batista é um exemplo de uma vida vitoriosa, nada tendo, mas possuindo tudo. Ele era cheio do Espírito Santo desde o vente materno e através dele seu pai e sua mãe também ficaram e foram vencedores.

Jesus fez uma afirmação muito forte sobre ele: “Sim, que saístes a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos palácios reais. Mas para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta. Este é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho diante de ti. Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele. Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele. Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir” (Mateus 11:8-14).

CONCLUSÃO:

João Batista é um desafio para nossas vidas! Diante de tudo que estamos aprendendo surge o maior desafio para nossas vidas. Nossa dedicação a Deus não pode ser mantida com a sobra do nosso tempo e nossa vida não pode existir sem um propósito verdadeiro. Precisamos entender muito bem nosso lugar e valor para deixar Cristo crescer e nosso eu diminuir a cada dia. A ele toda glória!

DEUS ESTÁ NO CONTROLE

 DEUS ESTÁ NO CONTROLE DE TODAS AS COISAS.

Por que podemos afirmar isso?

1. DEUS CRIOU TUDO QUE EXISTE – Salmo 24:1-3

Gênesis 1:1-2:3 – Fundamentos da criação:

a) Deus criou o mundo do Nada (Gênesis 1:1 e Hebreus 11:3).

b) Deus criou o ser humano (parte material e espiritual) (Gênesis 1:26-28).

c) Deus criou tudo em seis dias - organizadamente (Gênesis 2:2)

d) Deus criou tudo muito bom – tudo perfeito (Gênesis 1:4,10,12,18,21,25,31).

e) Deus criou tudo para si – para sua glória (Isaías 43:6-7 e Romanos 11:36).

Outros textos bíblicos:

A majestade do Senhor - Isaías 40:21-31

A autoridade do Senhor – Apocalipse 4:11

Toda riqueza (ouro e prata) pertencem a Deus - Ageu 2:8.

2. DEUS SUSTENTA A SUA CRIAÇÃO.

Existe uma corrente filosófica e teológica chamada Panteísmo que afirma que Deus criou tudo que existe, mas se misturou ou foi absorvido por sua criação.

A Doutrina da Providência:

Conforme a Escritura, Deus criou e sustenta sua criação e não deixou de ser um Deus pessoal.

a) Deus preserva (sustenta) sua criação - Colossenses 1:13-17 e Hebreus 1:3.

b) Deus governa todas as suas criaturas e as ações delas....

3. DEUS CONTROLA TUDO QUE EXISTE E ACONTECE.

A história da humanidade e das nossas vidas está nas mãos de Deus. Nada acontece sem seu consentimento e sem a sua autorização.

Tudo que acontece conosco está dentro da vontade permissiva de Deus:

a) Os nossos cabelos e as flores – Mateus 6:25-34 e 10:30.

b) Nossa vida toda está escrita no livro de Deus - Salmo 139:13-16

c) Nossa vocação já está definida – Jeremias 1:5.

4. TEMOS QUE APRENDER A DEPENDER DO SENHOR.

Na dependência dEle a nossa vida tem propósito. Temos que desenvolver nossa caminhada com Deus e esperar nele para enfrentar todos os desafios da nossa vida.

a) Viver cultuando a Deus com nossos corpos (atitudes) – Romanos 12:1

b) Não se conformar com esse mundo (rejeitar o padrão maligno) – Romanos 12:1

c) Andar na vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita´- Romanos 12:2.

CONCLUSÃO:

Precisamos enfrentar nossas lutas sem pavor nem desespero – Romanos 2:28.

Sabemos que Jesus está conosco – Mateus 28:20.

Não precisamos temer nada, pois Jesus está conosco até o final.

quinta-feira, junho 24, 2021

VIVENDO SOB AS PROMESSAS DE DEUS

 VIVENDO SOB AS PROMESSAS DE DEUS.

“Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos” (Salmo 119:162).

Servimos a um Deus que é o Senhor de tudo que existe e tem tudo sob seu controle. Não precisamos temer nem estar assustados diante dos problemas e das dificuldades. “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (Números 23:19). Ele está no controle. Vejamos o que a Bíblia ensina sobre as principais

 AS GRANDES PROMESSAS DO SENHOR.

 1. PROMESSAS ESPIRITUAIS.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).

 Na sua carta aos Efésios o apostolo Paulo nos ensina que Deus nos tem abençoado com toda sorte de bênçãos. Nesse texto podemos perceber claramente a ação da Trindade bendita (Pai, Filho e Espírito Santo) no conceder dessas bençãos infinitas:

 I.  Do PAI:

A) Eleição – escolha – predestinação – Efésios 1:4-5.

B) Conhecimento de Deus (olhos espiritais abertos) – Efésios 1:17.

C) O seu maravilhoso amor – João 3:16; Romanos 5:8; Romanos 8:35-39


II. Do FILHO

A) Redenção – a remissão dos pecados – Efésios 1:7

B) A riqueza da sua graça (favor imerecido) – Efésios 2:8-10.

C) A herança eterna – salvação – João 17:3


III. Do ESPÍRITO SANTO

A) Selados por Deus e Ele habita em nós – Lucas 11:13 e Romanos 8:11

B) O penhor (Garantia) da nossa herança até o resgate da sua propriedade - 2 Coríntios 1:22; 2 Coríntios 5:5.

 

2. PROMESSAS MATERIAIS

A) Provisão diária (Sustento financeiro) – Mateus 6:31-33; Mal. 3:10-12;

B) Saúde e cura – Êxodo 15:26; Salmo 103:3.

C) Vida abundante (qualidade de vida) – João 10:10.

D) Sabedoria e orientação – Tiago 1:5; Salmo 25:12.

E) Proteção contra os inimigos (Livrai-nos do mal) – Salmo 81:13-15.

F) Controle emocional - A verdadeira paz (consolo) – João 14:27; João 16:33.

G) Resposta às orações (Sim, não ou espere) - Salmo 66:19-20; Salmo 6:9.

 

3. NOSSA ATITUDE EM RELAÇÃO A TODAS ESSAS PROMESSAS.

A) Servir a Deus com fidelidade, obediência e sinceridade – Dt. 28:13-14; Ap. 2:10

B) Reconhecer e tomar posse de todas as promessas – João 4:13-14

C) Entender a viver como vencedores – Romanos 8:37-39.

terça-feira, junho 22, 2021

CAIM E ABEL – O CULTO QUE AGRADA A DEUS

 CAIM E ABEL – O CULTO QUE AGRADA A DEUS

“Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR. Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o SENHOR: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Genesis 4:1-7).

A mensagem de hoje está focada na vida de dois irmãos. Nasceram do mesmo pai e mãe e devem ter tido a mesma criação. O texto diz que Abel era pastor de ovelhas e Caim Lavrador. Eles cresceram juntos e tinham o mesmo conhecimento de Deus. Entretanto, chegaram a um final completamente diferente.

Depois de certo tempo, talvez na mudança das estações ou no final da colheita, eles se colocaram na presença de Deus para oferecer um culto aqui representado por suas ofertas ao Senhor.

Caim trouxe do fruto da terra e Abel trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Deus não se agradou da oferta de Caim, ao passo que de Abel e de sua oferta o Senhor se agradou.

Então, a tristeza tomou conta de Caim e a ira inundou o seu coração e Deus veio falar com ele. Na conversa Deus afirma que a oferta de Caim poderia ter sido aceita se alguns princípios tivessem sido desobedecidos.

Vejamos algumas lições na vida desses irmãos. Todos dois ofereceram um culto através das suas ofertas ao Senhor. Por que Deus se agradou do culto de Abel e rejeitou o culto de Caim? O que podemos aprender com tudo isso?

ABEL E CAIM – O CULTO QUE AGRADA A DEUS.

POR QUE DEUS APROVOU O CULTO DE ABEL E NÃO SE AGRADOU DO CULTO DE CAIM?

1. AS PRIMÍCIAS – ABEL OFERECEU DAS PRIMÍCIAS DO SEU REBANHO, AO PASSO QUE CAIM OFERECEU APENAS UMA OFERTA (v. 3-4).

A palavra-chave desse verso é “primícias”. Ela faz toda a diferença. Significa que foi ofertado a primeira melhor parte daquilo que foi conquistado com a benção de Deus. De tudo que havia recebido era para ser oferecido primeiro ao Senhor e isso era chamado de adoração com as primícias.

Essa era uma realidade muito presente como ordenança de Deus para o seu povo. Em Êxodo 34:22 Deus já ordena o que foi chamado de Festa das Primícias. Quando o povo chegou na terra prometida a primeira parte da colheita deveria ser ofertada como culto ao Senhor. Ou seja, o culto a Deus em primeiro lugar.

O que precisamos aprender sobre adorar a Deus com nossas primícias?

A) AS PRIMÍCIAS DAS NOSSAS FINANÇAS – Provérbios 3:9-10: ‘Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”. Não podemos dar ao Senhor as sobras. Deus deve ser cultuado com a primeira parte. Não deixe para dar o dízimo ou a sua oferta com o final da tua renda, geralmente no final do mês. Faça isso em primeiro lugar. Quando fazemos assim demonstramos amor e isso verdadeiramente importa.

Vejam o amor da viúva pobre e a diferença daqueles que ofertavam a sobra: “Assentado diante do gazofilácio, observava Jesus como o povo lançava ali o dinheiro. Ora, muitos ricos depositavam grandes quantias. Vindo, porém, uma viúva pobre, depositou duas pequenas moedas correspondentes a um quadrante. E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Marcos 12:42-43).

Há alguns anos eu estava plantando uma igreja no bairro do Itapoã. Estávamos orando para comprar um templo para a igreja. Havia muitas crianças e uma delas chegou com algumas moedas e como ele não sabia contar, Mabel ajudou. O valor deu, me parece, dois reais e cinquenta centavos. Mabel perguntou se era o dízimo dele e ele respondeu que não. Era tudo que ele tinha ganhado ajudando alguém a descarregar um caminhão de tijolo. E disse: “é a minha oferta para a igreja comprar o prédio”. Naquele mesmo mês a igreja comprou milagrosamente um prédio na melhor avenida do bairro por 250 mil reais!

B) AS PRIMÍCIAS DO NOSSO TEMPO – ‘Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido” (Josué 1:8). Precisamos aprender a dedicar ao Senhor não as sobras do nosso tempo, mas fazer do nosso compromisso uma ação diária como dedicação das primícias ao Senhor. É uma questão de prioridade. Nossos maiores valores devem estar na obra de Deus.

C) AS PRIMÍCIAS DOS NOSSOS VALORES – Em Deuteronômio 6:4-5 encontramos o texto chamado pela tradição judaica de Shemá: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”. As primícias do nosso amor estão ligadas ao valor que damos ao culto dedicado ao Senhor. Por que motivo adoramos? Por obrigação, por troca, ou por que amamos a Deus?

Existem muitos cultos em algumas igrejas que são totalmente voltados para os participantes. Cultos com sorteios, cultos em modelo de shows, com luzes especiais e inúmeros atrativos humanos. Culto não é entretenimento. Nossa vida e nosso culto devem ser oferecidos a Deus acima de tudo e motivamos por gratidão. Naturalmente, quando oferecemos um culto com amor a alegria será contagiante. Ofereçamos a Deus as primícias do nosso amor.

2. O PROCEDIMENTO – DEUS SE AGRADOU DE ABEL E DE SUA OFERTA.

O texto diz que se agradou o Senhor de Abel e de sua oferta, ao passo que de Caim não se agradou. Está claro que há uma profunda relação entre a pessoa e a oferta dedicada. Deus ama o culto, mas o culto precisa estar em sintonia com a vida do adorador.

E Deus ainda afirma a Caim que se ele proceder bem também será aceito. O problema de Caim é que ele ofereceu um culto sem amor, sem fé e descomprometido com sua própria vida.

Saul desobedeceu a Deus e mostrou uma desculpa que muitos de nós usamos. “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros” (1 Samuel 15:22). A obediência é melhor que o sacrifício. Vida reta fala mais alto que os cânticos de louvor.

Deus convoca verdadeiros adoradores que o adorem com sinceridade de coração e deseja ser adorado em espírito e em verdade: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4:23-24).

3. A FÉ – PELA FÉ ABEL OFERECEU SEU CULTO A DEUS.

Em hebreus 11:4 temos uma informação importante sobre o culto de Abel: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala”. Esta palavra mostra a importância da fé. Abel ofereceu um culto melhor pois ele tinha a fé verdadeira. A fé de Abel via Deus com outros olhos, diferente de Caim.

Vejamos o que diz Hebreus 11:6: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”.  Então, sem fé é impossível agradar a Deus. Quando adoramos a Deus nossos olhos devem enxergar aquilo que os olhos naturais não veem. Um Deus vivo que merece toda adoração e é digno do culto que é oferecido. Abel obteve sua justificação através da fé e confiança em Deus.

Para adorar verdadeiramente a Deus também é necessário sacrificar e lutar contra nossa velha natureza pecadora. A nossa vida deve ser uma luta diária contra todos esses desejos carnais provenientes da queda e do pecado. Nesse sentido encontramos um forte argumento em Colossenses 3:4-6: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]”.

CONCLUSÃO:

O que aconteceu com cada um?

Vejamos o que aconteceu com Caim no texto de Genesis 4:8-12: “Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. Disse o SENHOR a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão? E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra”.

Caim foi covarde, foi traidor, foi o primeiro homicida. Matou seu próprio irmão. E por esse ato de maldade ele recebeu a maldição de Deus. Caim é um verdadeiro fracassado e perdedor. Até hoje se tornou um exemplo negativo de desobediência que revela toda a maldade proveniente da natureza humana pecadora. Infelizmente, nesse sentido, há muitos seguidores de Caim nos dias de hoje.

Abel foi morto covardemente por seu próprio irmão pode ser considerado uma pessoa vencedora. Ele tinha uma vida que agradava a Deus, ofereceu seu culto com fé e amor ao Senhor e ainda fala até o dia de hoje. Abel mesmo morto ainda fala por suas obras de fé em Deus. Ele nasceu e viveu para cumprir o propósito de Deus.

E qual desses dois personagens devemos imitar? O vencedor ou o perdedor?

E surge para todos nós o grande desafio: Assim como Abel, o que podemos oferecer para agradar ao Senhor? As primícias, o procedimento e a fé.

Na verdade, toda a nossa vida deve ser dedicada ao Senhor como um culto sincero, profundo e racional. Como diz o apóstolo Paulo aos Romanos 12:1-2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. 

segunda-feira, junho 14, 2021

A ORAÇÃO DE JABEZ

A ORAÇÃO DE JABEZ 

“Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos; sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: Porque com dores o dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido” (1 Crônicas 4:9-10).

Na cultura judaica era comum a escolha de nome dos filhos observar o contexto histórico do nascimento. Moisés recebeu seu nome por ter sido tirado das águas (Êxodo 2:10). A pessoa adulta, em algumas situações, tinha seu nome mudado. 

Por exemplo, Deus mudou o nome de Abrão para Abraão que significava “pai de todos” (Gênesis 17:5), quando Isaque, o “filho da promessa”, nasceu. O mesmo ocorreu com Jacó, que significava “trapaceiro”, e, depois da luta com Deus no vale de Jaboque, passou a se chamar Israel “Homem de Deus” (Gênesis 32:28).

No novo Testamento o anjo Gabriel disse a José para colocar o nome de Jesus, pois ele iria salvar o seu povo do pecado e Emanuel, que significa Deus conosco (Mateus 1:21-23). A história de Jabez tem muito a ver com seu próprio nome.

Jabez é um personagem bíblico pouco conhecido. Ele recebeu esse nome por causa da dificuldade que sua mãe teve em seu nascimento. Este é o único texto que fala sobre sua vida e está fixado no meio de várias genealogias.

QUEM ERA JABEZ?

a)    Ele era descendente de Judá, que era filho de Jacó, neto de Isaque, bisneto de Abraão.

b)    Era um homem honrado, mais ilustre até que seus irmãos.

c)    Era temente a Deus, um homem de oração e fé.

d)    Seu nome foi dado por sua mãe por causa de muito sofrimento no parto e significava: “triste”, “cheio de dores”, “dolorido”.

QUAIS OS PEDIDOS DA ORAÇÃO DE JABEZ?

A oração de Jabez contém vários pedidos objetivos e diretos. O que Jabez pediu ao Senhor?

1.    A BÊNÇÃO DE DEUS – ele sabia que o Deus de Israel era a fonte de todas as bênçãos. Ele se fundamenta nas promessas do Senhor feitas desde os patriarcas. Como vemos em Genesis 22:17-18: “que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz”.

2. EXPANSÃO DO SEU TERRITÓRIO - isso significa prosperidade em todos os empreendimentos. Ele queria que sua vida fosse marcada por progresso como vemos no Salmo 1:1-6: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido”.

3.    A PRESENÇA DA MÃO DE DEUS – Ele pediu a orientação divina e o Seu poder por todos os dias da sua vida. Deus mesmo desafiou a Abraão a andar na sua presença, esse é o caminho para as melhores decisões. Vejamos Genesis 17:1: “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. Da mesma maneira vemos a boa mão de Deus com o escriba Esdras quando retornou do exílio para reconstruir Jerusalém e ensinar a lei do Senhor: “[Esdras] Ele era escriba versado na Lei de Moisés, dada pelo SENHOR, Deus de Israel; e, segundo a boa mão do SENHOR, seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe concedeu tudo quanto lhe pedira” (Esdras 7:6).

4.  A PROTEÇÃO CONTRA O MAL – No mundo tão violento essa deve ser uma oração primordial como declara Davi no Salmo 147:12-14: “Louva, Jerusalém, ao SENHOR; louva, Sião, ao teu Deus. Pois ele reforçou as trancas das tuas portas e abençoou os teus filhos, dentro de ti; estabeleceu a paz nas tuas fronteiras e te farta com o melhor do trigo”. Jesus também nos ensina a importância da proteção de Deus no final da oração dominical: “Livrai-nos do mal” (Mateus 6:9-13).

5.    FICAR LIVRE DA TRISTEZA – Esse foi o pedido com maior sensibilidade. O objetivo principal da oração de Jabez era ficar livre da tristeza e de uma certa maldição imposta sobre ele. Ele usa um certo jogo de palavras: “de modo que não me sobrevenha aflição (Jabez)”. Que eu não tenha uma vida triste como meu nome. Ele tinha tudo para ser triste, até o nome, mas não se conformou com a “maldição” colocada sobre a sua vida.

     Muitos vivem sua vida sob a influência dolorida de alguma atitude ou palavra colocada sobre si. Pode ser através dos pais por palavras e atitudes. Expressões negativas como “Você não presta!”, “Você nunca conseguirá vencer” jamais devem ser proferidas por pais a sues filhos. Em outros casos os amigos, os inimigos ou até a própria pessoa trabalha contra ela mesma. Mas Deus deseja que todos sejam vencedores e consigam superar suas mágoas ou desafios.

Não podemos nos esquecer da obra maravilhosa de Jesus Cristo por nós. Ele sofreu para que tivéssemos alívio completo das dores da nossa alma. Temos o privilégio de obter a cura para nosso sofrimento. É o que a escritura sagrada nos mostra no fantástico texto da profecia de Isaías. “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Isaías 53:4-6).

E a reposta de Deus foi conceder tudo que ele havia pedido. Deus respondeu prontamente a uma oração sincera e aquela vida que tinha tudo para ser infeliz acabou sendo próspera e vitoriosa. Foi dessa maneira que Jesus curou o cego Bartimeu. Ele apenas disse o que desejava e ao ouvi-lo, Jesus ordenou a cura. De maneira esplendida, imediatamente ele foi curado e salvo para sempre. “Que queres que eu te faça? Respondeu ele: Senhor, que eu torne a ver. Então, Jesus lhe disse: Recupera a tua vista; a tua fé te salvou” (Lucas 18:41-42).

Deus abençoe sua vida!

A ele toda glória!

A ATITUDE DE SAMÁ

A ATITUDE DE SAMÁ – 2 Samuel 23:11-12.

“Depois dele, Samá, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram em Leí, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas; e o povo fugia de diante dos filisteus. Pôs-se Sama no meio daquele terreno, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR efetuou grande livramento”.

              O conflito entre judeus e os Filisteus (Palestinos) é muito antigo. Desde quando Davi era jovem, antes de ser rei já havia muitas guerras entre judeus e os Filisteus. Um fato bem conhecido foi a luta entre Davi e o gigante Golias em I Samuel 17:1-38. Um jovem pastor de ovelhas confiante no Senhor venceu um guerreiro treinado. Quando Deus age não existe limite para o sucesso, mesmo que pareça impossível.

 OS VALENTES DE DAVI

O texto está falando dos feitos milagrosos de um grupo de pessoas chamados de valentes de Davi. Quem eram esses homens?

1.    Eram um certo grupo de elite que foi usado por Deus para operar grandes sinais e maravilhas através da sua fé e confiança em Deus (I Crônicas 12:14).

2.    No passado foram pessoas que não tinham valor na sociedade, covardes, aflitos, endividados que se ajuntaram a Davi. Ele os liderou e se tornaram fortíssimos e especiais. “O menor valia por 10 homens e o maior por 1000” (I Samuel 22:2).

3.    Eram absolutamente fiéis a Deus e ao rei Davi (I Crônicas 12:22).

4.   Tinham tudo para não serem nada, mas Deus trouxe restauração e a sua benção para fazer deles um instrumento da sua vontade (Salmo 113:7-8).

A HISTÓRIA DE SAMÁ

Samá fazia parte desse grupo de valentes e é mais um personagem desconhecido que deixou seu nome na história bíblica. A sua atitude de fé levou à salvação de sua vida e família e acabou mudando o rumo da história de toda a nação.

QUEM ERA SAMÁ?

1.    Era filho de Agé, o Hararita (Morador das montanhas).

2.    Seu nome significa “Desolação”. Mesmo assim não se rendeu a tal humilhação e se tornou uma pessoa vitoriosa, com a benção de Deus.

3.    Era um homem do campo, trabalhador rural, uma pessoa comum.

4.    Não era guerreiro, não tinha treinamento militar.

5.    Não tinha armas de guerra, apenas equipamentos do trabalho rural.

6.   Tinha um pequeno pedaço de terra cheio de lentilhas, de onde tirava o sustento para sua família. Era pouco, mas era tudo que ele tinha.

7.    Era uma pessoa de fé e obediente a Deus.

O QUE ELE FEZ?

1.    Naquele tempo era comum os Filisteus atacarem as plantações dos judeus e quem resistisse seria morto.

2.    Os Filisteus atacaram, fortemente armados, o pequeno pedaço de terra de Samá.

3.    Todos fugiram do inimigo armado, em maior número e prontos para fazer o mal.

4.    Entretanto, Samá não “abriu mão” do pouco que Deus tinha dado a ele.

5.    Samá ficou sozinho e lutou para defender seu pedaço de terra.

6.    Samá não tinha armas de guerra, usou apenas o que tinha em mãos. Provavelmente usando apenas instrumentos da lavoura.

7.  Samá conquistou o que parecia impossível, venceu a batalha com grande livramento do Senhor.

8.   Sama se tornou exemplo de resistência e fé em Deus, influenciando outros a lutarem para vencerem o inimigo.

O QUE PODEMOS APRENDER COM A HISTÓRIA DE SAMÁ?

1.    É IMPRESSIONANTE O QUE DEUS PODE FAZER ATRAVÉS DE UMA PESSOA OBEDIENTE E FIEL. Assim como Deus agiu na vida Davi para vencer o gigante Golias (1 Samuel 17:1-58). “Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1 Samuel 17:45). Onde estão os feitos do Senhor através de nossas vidas os dias de hoje?

2.    DEUS AGE USANDO O QUE TEMOS EM NOSSAS MÃOS. Samá usou as ferramentas que tinha (provavelmente da lavoura) para defender sua terra, Davi rejeitou a armadura de Saul para usar apenas a funda: “Assim, prevaleceu Davi contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e o feriu, e o matou; porém não havia espada na mão de Davi” (1 Samuel 17:50), Moisés usou a vara que tinha em suas mãos: “Perguntou-lhe o SENHOR: Que é isso que tens na mão? Respondeu-lhe: Um bordão [Cajado]” (Êxodo 4:2). O que você tem em suas mãos?

3.    A VITÓRIA VEIO POR CAUSA DE UMA PESSOA DE FÉ QUE TINHA TOTAL DEPENDÊNCIA DE DEUS. Depois, outros seguiram seu exemplo e agiram com coragem para expulsar o inimigo. É o que relata o escritor da carta aos Hebreus falando de importância da fé e de vidas que deixaram o exemplo de grandes vitórias pela fé: “...os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros” (Hebreus 11:33-34). É Como disse Jesus aos seus discípulos: “Onde está a vossa fé?”

4.    DIANTE DO DESAFIO SAMÁ TOMOU A DECISÃO CERTA DE NÃO FUGIR. Mesmo sem recursos, ele não fugiu da batalha. Se fugisse, talvez iria passar a vida inteira fugindo. É a mesma linha do conselho de Paulo a Timóteo: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1:7). Então, diante dos desafios, que atitude vamos tomar? Vamos ficar em casa esperando a morte chegar ou vamos enfrentar as lutas desse mundo?

5.    NAQUELE DIA O SENHOR EFETUOU UM GRANDE LIVRAMENTO. A benção e o poder de Deus se manifestam nas nossas fraquezas como Deus falou ao apóstolo Paulo: “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2 Coríntios 12:9). O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza. Ele lutará por todos nós, apenas requer que sejamos fiéis e corajosos para sermos usados como instrumentos de sua vitória e para sua glória.

Que Deus nos faça corajosos e fiéis como Samá. Ele não “abriu mão” do pouco que tinha recebido do Senhor. Seu nome estará registrado para sempre na galeria dos heróis da fé.

“Proclamai isto entre as nações: Apregoai guerra santa e suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou forte” (Joel 3:9-10).

“Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Isaías 40:28-31). 

A Deus toda glória!


SALMO 46

 SALMO 46

Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam. Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do SENHOR, que assolações efetuou na terra. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.

Há um hino muito conhecido entre os cristãos composto pelo reformador Matinho Lutero e aconteceu num momento de muita luta e tribulação. A história diz que, para sua proteção, ele se refugiou em um castelo e lá compôs essas palavras: “Castelo Forte é o nosso Deus, espada e bom escudo, com seu poder defende os seus, em todo transe agudo”.

         Esse hino teve seu ponto de partida nesse salmo, captando sua mensagem tão forte e desafiadora. Quanto ao salmo, ele aponta a vitória de Deus numa esfera após a outra. Seu poder se manifesta sobre a natureza (v. 1-3), sobre ataques dos inimigos em sua cidade (v. 4-7) e sobre o mundo inteiro (v. 8-11).

         Esse tom robusto e desafiador sugere que ele foi composto (pelos filhos de Coré) em algum momento de crise, o que torna maravilhosamente impressionante a sua confissão de fé. É exatamente nesses momentos difíceis que a nossa fé é colocada à prova e as maiores manifestações do Poder de Deus são plenamente vistas.

         No salmo 46 a crise permanece sem identificação, mas a mensagem se estende muito além qualquer situação específica. Com certeza, podemos aplicá-lo a esse momento atual de crise pela pandemia que estamos vivendo. É uma doença que tem causado muitas mortes, uma séria crise econômica e muita insegurança e desespero.

         Nesse momento tão difícil em nossas vidas, somos desafiados a olhar para o salmo 46 para perceber a benção, a proteção e a vitória de Deus.

DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA.

1.  DEUS ESTÁ PRESENTE NO MOMENTO DO TUMULTO NATURAL (V 1-3)

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam”.

         Seria possível prever uma catástrofe mundial tão arrasadora como a que estamos vivendo hoje? Até algum tempo atrás, o ser humano não poderia imaginar a possibilidade da existência de uma catástrofe de alcance mundial de tão grande porte. No entanto, estamos vivendo esse momento absolutamente singular e dramático.

         A mensagem desse salmo é plenamente atual e literalmente verdadeira. Nosso verdadeiro refúgio e segurança se encontram em Deus, não em Deus e outra coisa. Em Deus somente!

         Então, mesmo que a natureza se enfureça e estremeça para nos atingir através de qualquer circunstância, não temeremos. Deus está presente! Ele é nosso socorro na hora certa!

2. DEUS ESTÁ PRESENTE NA PAZ DA SUA CIDADE (V. 4-7)

“Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”

         O salmo depois de falar dos transtornos da natureza, volta-se à fúria dos homens, e a uma cidade assediada.

         Com Deus, as águas já não são mares turbulentos e ameaçadores. Elas são como um rio tranquilo que traz vida. No salmo 98:7-8 os mares e os rios dão as boas-vindas ao seu Criador. Essa é uma figura de linguagem que mostra o controle de Deus sobre sua criação. Tudo está sob o controle DELE.

         No novo testamento (Marcos 4:39) vemos a história de Jesus atravessando o lago de Tiberíades com seus discípulos. E repentinamente sobreveio uma grande tempestade de ventos. Ao ser acordado com pedido de socorro por seus discípulos Jesus ordenou ao vento e parou a tempestade.

         Sabemos que Jesus é o filho de Deus criador de todas as coisas. Nesse fato ele mostrou sua autoridade sobre a natureza criada fazendo acalmar a tempestade. E fica uma linda lição: Quando Jesus está presente no barco tudo sempre irá muito bem e somente Ele pode acalmar essa tempestade que estamos atravessando.

3. DEUS ESTÁ PRESENTE PARA RECEBER A GLÓRIA FINAL (V. 8-11).

“Vinde, contemplai as obras do SENHOR, que assolações efetuou na terra. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”.

         Esta passagem é uma visão das coisas que virão no fim, embora as vitórias do presente já sejam um antegozo daquelas do futuro. Há aqui uma visão da esperança escatológica. É o momento que todos sempre aguardaram ansiosamente. A consumação do século (Mateus 28:20).

         A palavra contemplai não significa apenas visão contemplativa, mas geralmente é empregada como uma visão com olhos interiores, conforme vê um vidente ou um profeta. Ou seja, “espere para ver o Deus há de fazer”.

         Embora o resultado seja paz, o processo é de julgamento. A expressão: ‘Ele põe termo à guerra’ sugere não um contexto de suave persuasão, mas uma situação de intervenção divina num mundo dominado pela crise.

         Finalmente, encontramos a expressão: “aquietai-vos...” que não é apenas uma consolação para os aflitos, mas uma repreensão para o mundo inquieto e turbulento. Ele está dizendo: “quietos!” ou “deixa disso! Eu estou no controle!” É o mesmo sentido da expressão de Jesus ordenando ao vento e o mar: “Acalma-te, emudece!” (Marcos 4:39). E o vento se aquietou e fez-se grande bonança.

         O fim que se aproxima é voltado para a glória de Deus: “sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra”. Um Deus assim tão poderoso e que está conosco é o nosso refúgio e será sempre exaltado. Deus não perdeu o controle das coisas, mas está sendo glorificado até o final de tudo, para a gloria dele!

         É como podemos ver nas palavras inspiradas da última estrofe do Hino Castelo Forte:

         “De Deus o verbo ficará, sabemos com certeza, e nada nos assustará, com Cristo por defesa! Se temos de perder, Família, bens, prazer; se tudo se acabar e a morte enfim chegar, com ele reinaremos!”

         Deus seja louvado!