SALMO 46
Deus é o nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos
ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda
que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam. Há
um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do
Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará
desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz,
e a terra se dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o
nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do SENHOR, que assolações
efetuou na terra. Ele põe termo à guerra até aos confins do mundo, quebra o
arco e despedaça a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e sabei
que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. O SENHOR
dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
Há um
hino muito conhecido entre os cristãos composto pelo reformador Matinho Lutero
e aconteceu num momento de muita luta e tribulação. A história diz que, para
sua proteção, ele se refugiou em um castelo e lá compôs essas palavras: “Castelo
Forte é o nosso Deus, espada e bom escudo, com seu poder defende os seus, em
todo transe agudo”.
Esse hino teve seu ponto de partida
nesse salmo, captando sua mensagem tão forte e desafiadora. Quanto ao salmo,
ele aponta a vitória de Deus numa esfera após a outra. Seu poder se manifesta sobre
a natureza (v. 1-3), sobre ataques dos inimigos em sua cidade (v. 4-7) e sobre
o mundo inteiro (v. 8-11).
Esse tom robusto e desafiador sugere
que ele foi composto (pelos filhos de Coré) em algum momento de crise, o que
torna maravilhosamente impressionante a sua confissão de fé. É exatamente
nesses momentos difíceis que a nossa fé é colocada à prova e as maiores
manifestações do Poder de Deus são plenamente vistas.
No salmo 46 a crise permanece sem
identificação, mas a mensagem se estende muito além qualquer situação
específica. Com certeza, podemos aplicá-lo a esse momento atual de crise pela pandemia
que estamos vivendo. É uma doença que tem causado muitas mortes, uma séria
crise econômica e muita insegurança e desespero.
Nesse momento tão difícil em nossas
vidas, somos desafiados a olhar para o salmo 46 para perceber a benção, a
proteção e a vitória de Deus.
DEUS É O
NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA.
1. DEUS ESTÁ PRESENTE NO MOMENTO DO TUMULTO
NATURAL (V 1-3)
“Deus
é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto,
não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos
mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se
estremeçam”.
Seria possível prever uma catástrofe
mundial tão arrasadora como a que estamos vivendo hoje? Até algum tempo atrás,
o ser humano não poderia imaginar a possibilidade da existência de uma
catástrofe de alcance mundial de tão grande porte. No entanto, estamos vivendo
esse momento absolutamente singular e dramático.
A
mensagem desse salmo é plenamente atual e literalmente verdadeira. Nosso
verdadeiro refúgio e segurança se encontram em Deus, não em Deus e outra coisa.
Em Deus somente!
Então,
mesmo que a natureza se enfureça e estremeça para nos atingir através de
qualquer circunstância, não temeremos. Deus está presente! Ele é nosso socorro
na hora certa!
2.
DEUS ESTÁ PRESENTE NA PAZ DA SUA CIDADE (V. 4-7)
“Há um
rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do
Altíssimo. Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde
antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra
se dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso
refúgio”
O salmo depois de falar dos transtornos
da natureza, volta-se à fúria dos homens, e a uma cidade assediada.
Com Deus, as águas já não são mares
turbulentos e ameaçadores. Elas são como um rio tranquilo que traz vida. No
salmo 98:7-8 os mares e os rios dão as boas-vindas ao seu Criador. Essa é uma figura
de linguagem que mostra o controle de Deus sobre sua criação. Tudo está sob o
controle DELE.
No novo testamento (Marcos 4:39) vemos
a história de Jesus atravessando o lago de Tiberíades com seus discípulos. E repentinamente
sobreveio uma grande tempestade de ventos. Ao ser acordado com pedido de
socorro por seus discípulos Jesus ordenou ao vento e parou a tempestade.
Sabemos que Jesus é o filho de Deus
criador de todas as coisas. Nesse fato ele mostrou sua autoridade sobre a
natureza criada fazendo acalmar a tempestade. E fica uma linda lição: Quando
Jesus está presente no barco tudo sempre irá muito bem e somente Ele pode
acalmar essa tempestade que estamos atravessando.
3.
DEUS ESTÁ PRESENTE PARA RECEBER A GLÓRIA FINAL (V. 8-11).
“Vinde,
contemplai as obras do SENHOR, que assolações efetuou na terra. Ele põe termo à
guerra até aos confins do mundo, quebra o arco e despedaça a lança; queima os
carros no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as
nações, sou exaltado na terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de
Jacó é o nosso refúgio”.
Esta passagem é uma visão das
coisas que virão no fim, embora as vitórias do presente já sejam um antegozo daquelas
do futuro. Há aqui uma visão da esperança escatológica. É o momento que todos
sempre aguardaram ansiosamente. A consumação do século (Mateus 28:20).
A palavra contemplai não
significa apenas visão contemplativa, mas geralmente é empregada como uma visão
com olhos interiores, conforme vê um vidente ou um profeta. Ou seja, “espere
para ver o Deus há de fazer”.
Embora o resultado seja paz, o processo
é de julgamento. A expressão: ‘Ele põe termo à guerra’ sugere não um contexto
de suave persuasão, mas uma situação de intervenção divina num mundo dominado
pela crise.
Finalmente, encontramos a expressão:
“aquietai-vos...” que não é apenas uma consolação para os aflitos, mas uma
repreensão para o mundo inquieto e turbulento. Ele está dizendo: “quietos!” ou
“deixa disso! Eu estou no controle!” É o mesmo sentido da expressão de Jesus
ordenando ao vento e o mar: “Acalma-te, emudece!” (Marcos 4:39). E o vento se aquietou
e fez-se grande bonança.
O fim que se aproxima é voltado para a
glória de Deus: “sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra”. Um Deus
assim tão poderoso e que está conosco é o nosso refúgio e será sempre exaltado.
Deus não perdeu o controle das coisas, mas está sendo glorificado até o final
de tudo, para a gloria dele!
É como podemos ver nas palavras
inspiradas da última estrofe do Hino Castelo Forte:
“De Deus o verbo ficará, sabemos com
certeza, e nada nos assustará, com Cristo por defesa! Se temos de perder,
Família, bens, prazer; se tudo se acabar e a morte enfim chegar, com ele
reinaremos!”
Deus seja louvado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário