O que você faria se pudesse ter os poderes de Deus por um dia? Creio que muitos de nós já tivemos esse sonho ou pesadelo. Acabar com a pobreza, por fim a todas as guerras, encontrar soluções para todos os problemas da humanidade. Estes são desejos de todos os homens que pensam que Deus não tem trabalhado corretamente ou rapidamente.
Todo Poderoso é um filme leve, com uma história simples e acessível. Jim Carey interpreta Bruce, um repórter que vê a sua vida pessoal e carreira desabar diante de si. Sem nenhuma pessoa especifica pra chamar de culpado, ele decide atacar Deus. O Todo Poderoso decide atender Bruce, e passa a ele todos os seus poderes.
As melhores piadas do filme ocorrem durante o "reconhecimento" das novas possibilidades. A partir daí, num esquema previsível, o humano usa e abusa da situação em proveito próprio e para castigar os seus rivais.
Com isso, o fracassado jornalista tenta recuperar seu trabalho, sua namorada, e sua dignidade. É quando Bruce percebe o quão difícil é ser Deus e tomar conta de tudo o que ocorre no planeta.
A comédia de Tom Shedyac não oferece mais do que alguns minutos de boas piadas e outros longos minutos de lições de moral. Gostaria de ressaltar os pontos fundamentais:
1. O pecado da murmuração – reclamar de Deus.
2. O fascínio humano de mandar em Deus ou de ser Deus – a tentação original.
3. O uso do poder de Deus de maneira vingativa, particular e egoísta. Estilo bem Norte-americano de controlar o mundo.
4. Mesmo sendo uma grande lição de moral o Deus mostrado no filme não pode ser comparado com o Deus da Bíblia com seus atributos visíveis e invisíveis.
5. O perigo de brincar com as coisas de Deus.
A grande mensagem do filme é que o homem não está preparado para substituir a Deus, nem trabalhar melhor que Ele. Os poderes de Bruce uma hora acabam, também as piadas se transformam, na metade do filme, em um sermão realista. Na marra, o protagonista aprende a ouvir as orações e os pedidos do resto do mundo, a usar os poderes para o bem comum - e a reconquistar o coração da amada perdida.
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(*) Comentário sobre o filme Todo Poderoso (de Tom Shedyac) - publicado no Jornal Brasil Presbiteriano em 2005.
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