sexta-feira, dezembro 16, 2011

NATAL

“E o Verbo (Jesus Cristo) se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua Glória, como a glória do (Filho) unigênito do Pai”(João 1:14).

É Natal! Todos os sinais apontam para essa época especial do ano. As ruas estão iluminadas e os centros de compras estão enfeitados e coloridos, ficam repletos de gente com sacolas lotadas de grandes e pequenos embrulhos. As maiores empresas de tecnologia aproveitam a data para lançar seus produtos e os clientes esperam em longas horas na fila para comprarem os novos lançamentos. Depois, exibem o tamanho e o valor daquilo que foi adquirido, mostrando imensa alegria com a compra.
A partir daí muitos carregam mais que o peso dos presentes. O peso das dívidas das compras através dos cartões de crédito e outros meios de crédito que transformam esses clientes em escravos modernos. São dívidas que muitas vezes consomem os recursos financeiros mensais e substituem a euforia do Natal por sérias preocupações e profunda depressão.
No dia de Natal muitas pessoas se alegram com a troca de presentes. Comemoram, bebem e quando amanhece o dia, o resultado de tudo isso são as dores de cabeça por causa da ressaca. Em alguns casos mais graves muitos vão para os hospitais por causa de acidentes em conseqüência das extravagâncias da bebida nas festas natalinas.
Essa é uma realidade bem diferente do que a expressa na Escritura Sagrada. Na Bíblia o personagem central do natal não é o papai Noel com o seu saco cheio de presentes. A história bíblica aponta para o nascimento de Jesus Cristo como o foco principal do Natal e o tema de fundo é o cumprimento de uma promessa de Deus em nos enviar o Messias. Seu nascimento significa alegria e sua morte proclama redenção e salvação para todo aquele que crê. Jesus é o presente de Deus para a humanidade e seu valor é eterno e incalculável.
É Natal! Nasceu Jesus, o Filho de Deus. Ele é o melhor presente que poderíamos receber. Vamos nos encher da verdadeira alegria por ter o privilégio de participar desta festa tão maravilhosa, que comemora o maior acontecimento de todos os tempos. Vamos desfrutar a verdadeira alegria do Natal de Jesus Cristo em todos os dias do ano.
Feliz Natal e um 2012 repleto das bênçãos de Deus!

quinta-feira, dezembro 15, 2011

O EXÍLIO BABILÔNICO

            Na caminhada pelo contexto das Escrituras Sagradas encontramos muitos fatos e histórias marcantes. Um dos mais importantes eventos é o que chamamos de Exílio Babilônico. Este evento importante na história bíblica, que é também chamado de Cativeiro Babilônico, foi a deportação em massa e exílio dos judeus do antigo reino de Judá para a Babilônia por Nabucodonosor.
A primeira deportação teve início em 598 a.C. Jerusalém é sitiada e o jovem Joaquim, Rei de Judá, rende-se voluntariamente. O Templo de Jerusalém é parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os oficiais militares e artífices, inclusive o rei, são levados para o Exílio em Babilônia. Zedequias, tio do Rei Jeoaquim, é nomeado por Nabucodonosor como rei vassalo.
Precisamente 11 anos depois, em resultado de nova revolta no Reino de Judá, ocorre a segunda deportação em 587 a.C. e a conseqüente destruição de Jerusalém e seu Templo. Gedalias foi nomeado por Nabucodonosor para reinar sobre os poucos judeus remanescentes.
Dois meses depois, Gedalias é assassinado e os poucos habitantes que restavam fogem para o Egito com medo de represálias, deixando a terra efetivamente sem habitantes e as cidades em ruínas.
O Exílio Babilônico terminou no primeiro ano de reinado de Ciro II (538 a.C./537 a.C.) após a conquista persa da cidade de Babilônia (539 a.C.). Em conseqüência do Decreto de Ciro, os judeus exilados foram autorizados a regressar à terra de Judá, em particular a Jerusalém, para reconstruir o Templo. Este contexto da volta dos judeus para reconstruir a vida na palestina podemos encontrar muito presente nos livros de Esdras e Neemias.

AS CAUSAS DO EXÍLIO BABILÔNICO

MOTIVO PRINCIPAL: A QUEBRA DA ALIANÇA ESTABELECIDA ENTRE DEUS E O SEU POVO.
“Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Maldito o homem que não ouvir as palavras deste pacto, que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Ouvi a minha voz, e fazei conforme a tudo que vos mando; assim vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus; para que eu confirme o juramento que fiz a vossos pais de dar-lhes uma terra que manasse leite e mel, como se vê neste dia.”... “Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes andaram cada um na obstinação do seu coração malvado; pelo que eu trouxe sobre eles todas as palavras deste pacto, as quais lhes ordenei que cumprissem, mas não o fizeram” (Jeremias 11:3-5,8).
O que significa esta quebra de aliança? Quais as evidências dessa quebra do pacto entre Deus e o seu povo?

1.     ABANDONO DE DEUS E AUTOCONFIANÇA.
“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.”(Jeremias 2:13).
a.     Idolatria.
 “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam em mim vossos pais, para se afastarem de mim, indo após a vaidade, e tornando-se levianos?”...“Acaso trocou alguma nação os seus deuses, que contudo não são deuses? Mas o meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito”(Jeremias 2:5,11).
b.     Egoísmo.
 “Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!”... “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”....“Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações” (Jeremias 17:5,7,10). 

2.     INJUSTIÇAS SOCIAIS E GOVERNOS OPRESSORES.
“Assim diz o Senhor: Executai justiça pela manhã, e livrai o explorado da mão do opressor, para que não saia o meu furor como fogo, e se acenda, sem que haja quem o apague, por causa da maldade de vossas ações” (Jeremias 21:12).
Em Jeremias 22:13 e 17, o profeta denuncia a prática injusta do rei Joaquim contra o povo de Judá e relembra as benesses ocorridas durante o reino de seu pai, Josias: “Ai daquele que edifica a sua casa com iniqüidade, e os seus aposentos com injustiça; que se serve do trabalho do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário... Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para praticar a opressão e a violência”.
a.     Órfãos, viúvas e estrangeiros.
    “Também excedem o limite da maldade; não julgam com justiça a causa dos órfãos, para que prospere, nem defendem o direito dos necessitados. Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas? diz o senhor; ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?” (Jeremias 5:28).
  “Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o explorado da mão do opressor. Não façais nenhum mal ou violência ao estrangeiro, nem ao órfão, nem a viúva; não derrameis sangue inocente neste lugar. Pois se deveras cumprirdes esta palavra, entrarão pelas portas desta casa reis que se assentem sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles, e os seus servos, e o seu povo. Mas se não derdes ouvidos a estas palavras, por mim mesmo tenho jurado, diz o Senhor, que esta casa se tornará em assolação” (Jeremias 22:3-5).
b.     Escravidão do próprio povo.
    Na mesma temática da justiça social encontramos a passagem de Jeremias 34:14-17, cujas denúncias são a escravidão de hebreus e o descumprimento da aliança do Sinai: “Ao fim de sete anos libertareis cada um a seu irmão hebreu, que te for vendido, e te houver servido seis anos, e despedi-lo-ás livre de ti; mas vossos pais não me ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos. E vos havíeis hoje arrependido, e tínheis feito o que é reto aos meus olhos, proclamando liberdade cada um ao seu próximo; e tínheis feito diante de mim um pacto, na casa que se chama pelo meu nome; mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um o seu escravo, e cada um a sua escrava, que havíeis deixado ir livres à vontade deles; e os sujeitastes de novo à servidão. Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para proclamardes a liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo. Eis, pois, que eu vos proclamo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a peste e para a fome; e farei que sejais um espetáculo de terror a todos os reinos da terra”. 

3.     FALSOS PROFETAS E SACERDOTES CORRUPTOS.
“Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?” (Jeremias 5:31).
“Porque desde o menor deles até o maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até o sacerdote, cada um procede perfidamente. Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura se envergonharam por terem cometido abominação? Não, de maneira alguma; nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto cairão entre os que caem; quando eu os visitar serão derribados, diz o Senhor” (Jeremias 6:13-15). 

4.     A CRENÇA NA INVIOLABILIDADE DO TEMPLO E DA CIDADE DE JERUSALÉM.
A mensagem anunciada por Jeremias relembra a destruição de Silo, que fora justificada pelos profetas como conseqüência aos pecados cometidos pela população local.
“Mas ide agora ao meu lugar, que estava em Silo, onde, ao princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel. Agora, pois, porquanto fizestes todas estas obras, diz o Senhor, e quando eu vos falei insistentemente, vós não ouvistes, e quando vos chamei, não respondestes, farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós e a vossos pais, como fiz a Silo. E eu vos lançarei da minha presença, como lancei todos os vossos irmãos, toda a linhagem de Efraim” (Jeremias 7:12-15).
“Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis, e vos apresentareis diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos livres para praticardes ainda todas essas abominações?” (Jeremias 7:9-10).

LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM O EXÍLIO BABILÔNICO.

  Já sabemos que o motivo principal para o exílio babilônico foi a quebra da aliança por parte do povo. O exílio resultou na morte de muitas vidas e trouxe uma grande humilhação sobre a nação. Por outro lado, também resultou em muitas vantagens espirituais. Então, o que podemos aprender com este evento. Quais as lições que ficam ao estudarmos o cativeiro babilônico.
1.   O Exílio foi uma forte disciplina de Deus sobre seu povo.
 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, que eu fiz levar cativos de Jerusalém para Babilônia...” (Jeremias 29:4).
No mesmo contexto encontramos uma palavra da profecia de Habacuque: “Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, meu santo? Nós não morreremos. ó Senhor, para juízo puseste este povo; e tu, ó Rocha, o estabeleceste para servir de disciplina” (Habacuque 1:12).
2.    O Exílio serviu de purificação e amadurecimento na fé.
“Edificai casas e habitai-as; plantai jardins, e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; também tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais” (Jeremias 29:5,6).
“Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29:10,11). 
3.  O exílio mostrou através da queda de Jerusalém e da destruição do templo que a presença de Deus não está limitada a construções humanas.
“Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei.  Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei” (Jeremias 29:12-14).
Este é o ensino de Jesus Cristo nas palavras para a mulher samaritana, em João 4:23,24: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.
4.     O Exílio estimulou o surgimento de uma forma de adoração participativa e popular – A Sinagoga.
O templo era um local de adoração, porém a participação popular era muito distante. O sacrifício era uma missão exclusiva dos sacerdotes. Com a destruição do templo houve a enorme necessidade do contato e comunhão com Deus. No exílio era fundamental o ensino da lei e da palavra de Deus para as novas gerações. A Sinagoga era o lugar para esta missão.
Na época de Jesus Cristo este foi o lugar onde o ensino de Jesus floresceu. Por ser um ambiente onde todos podiam participar, era um ambiente totalmente favorável à pregação das boas novas de salvação a todos os homens e mulheres, sem distinção nem exclusividade.
‘Então voltou Jesus para a Galiléia no poder do Espírito; e a sua fama correu por toda a circunvizinhança. Ensinava nas sinagogas deles, e por todos era louvado. Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir” (Lucas 4:14-21).
 5.   O Exílio ensina a realidade de uma esperança escatológica que toca profundamente os servos de Deus em todos os tempos.
A escatologia é a ciência da últimas coisas. Esta idéia da esperança escatológica está presente em toda a Bíblia. Viver em esperança escatológica é viver com qualidade de vida, é esperar a plenitude do tempo para voltar para casa.  Deus cumpre os seus propósitos eternos. Deus orientou a seu povo a viver com sabedoria naquela terra estranha, mas eles deveriam saber que um dia iriam voltar.
“E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fôsseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29:7).
O povo de Deus deve aprender a viver com os olhos na terra, mas com o coração no céu. É necessário todo esforço e oração pela paz da cidade. A Pregação do Evangelho é a proclamação da verdadeira paz e da Salvação eterna.

terça-feira, novembro 29, 2011

Esperança Escatológica na Escritura

Introdução:

Escatologia é o ramo da teologia que estuda as últimas coisas, os acontecimentos finais. Estudar escatologia é buscar o conhecimento do fim do mundo e dos acontecimentos que virão. Alguns estudiosos também falam de escatologia como o “processo de esperança da salvação em Deus” (Volney Berkenbrock – A Escatologia na Bíblia).
Nesse sentido podemos perceber que escatologia, resumidamente, é o estudo que aponta para o futuro. Um futuro que virá sob a direção divina e mostrará uma nova realidade humana, concretizando a vitória absoluta do bem sobre o mal.
Esperança escatológica é uma expressão também usada por vários estudiosos das ciências bíblicas. Esperança escatológica é o somatório de dois termos muito fortes e de significado absolutamente profundo e motivador. Esperança e busca pelas últimas coisas. Com certeza, esperança escatológica é uma maneira mais profunda de exercitar a fé.
Esperança escatológica é o sentido mais profundo do sonho, da espera, da busca e do desejo pela “consumação dos séculos” dita por Jesus Cristo na grande comissão em Mateus 28:18-20. Esperança escatológica é a força que move o ser humano para a conquista de uma vida melhor. Esperança escatológica é a resposta divina para a superação dos grandes obstáculos que a vida naturalmente coloca diante de todos nós. É a vitória do amor sobre o ódio, da certeza sobre a dúvida, da paz sobre o medo, da vida sobre a morte.
O caminho da humanidade tem como combustível motivacional e espiritual essa esperança de melhores dias no futuro. A narrativa do texto bíblico de Gênesis 3:15 mostra a principal promessa divina sobre a esperança de redenção: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.
Em face da desobediência humana o Deus criador afirma que a vitória virá. O filho descendente da mulher vencerá finalmente esmagando a cabeça da serpente. No novo testamento o Apóstolo Paulo explica muito bem o cumprimento dessa promessa na sua carta aos Romanos 5:12-21: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Para que, assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também viesse a reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor”(v.17,21).

A esperança escatológica na história bíblica

1. Abraão – o pai da fé.

Uma das lições mais profundas da vida de Abraão é a fé inabalável. Desde o começo até o final ele é um exemplo de esperança escatológica. Neste texto a seguir vemos o chamado de Abraão. Ele foi chamado para sair de sua terra e ir para outro lugar e esperar as promessas de Deus. Essa promessa seria bênção para todas as famílias da terra. “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Genesis 12:1-2).
Abraão foi chamado quando tinha 75 anos e Deus prometeu um filho legítimo (Gn. 12:4). O filho Isaque nasceu quando ele tinha 100 anos (Gn. 21:5).  Estava com 127 anos quando Sara veio a falecer. Ele  morreu aos 175 anos (Gn.25:7). Toda uma vida na esperança de dias melhores. Uma vida sintonizada entre presente e futuro. Este é um exemplo vivo de esperança escatológica.
Em Gênesis 15 encontramos o registro de um encontro de Deus com Abraão. O texto fala que depois de uma guerra Deus viu que Abraão estava abatido e triste. Então, o Senhor reafirma as primeiras promessas e manda que ele olhe para os céus e que conte as estrelas. A escritura diz que Abraão creu na promessa de Deus e isso foi lhe imputado como justiça. O apóstolo Paulo, depois,  explica, de forma objetiva, sobre o caráter da fé desse patriarca: “[Abraão]... o qual, em esperança, creu contra a esperança, para que se tornasse pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência; e sem se enfraquecer na fé, considerou o seu próprio corpo já amortecido (pois tinha quase cem anos), e o amortecimento do ventre de Sara; contudo, à vista da promessa de Deus, não vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, e estando certíssimo de que o que Deus tinha prometido, também era poderoso para fazer. Pelo que também isso lhe foi imputado como justiça. Ora, não é só por causa dele que está escrito que lhe foi imputado; mas também por causa de nós a quem há de ser imputado, a nós os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor” (Romanos 4:18-25).
O escritor de Hebreus afirma de maneira muito clara: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus” (Hebreus 11:8-10). 

2. Moisés – o libertador.

Moisés era uma pessoa tímida e medrosa, mas foi um grande líder usado como instrumento de Deus para libertação de Israel da escravidão do Egito. A escravidão já é um desafio para a esperança escatológica. Um povo chamado para transmitir os oráculos de Deus não poderia perecer e ser escravo eternamente. “Então disse o Senhor: Com efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos; e desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o fazer subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel. E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim; e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem.  Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que tireis do Egito o meu povo, os filhos de Israel” (Êxodo 3:7-10). As orações chegaram aos ouvidos de Deus e Ele no seu tempo agiu poderosamente para cumprir a sua vontade e veio a libertar o povo da promessa. Promessa feita a Abraão e cumprida a cada dia sobre nós, como bênção a todas as famílias da terra.
É possível também perceber a esperança escatológica na jornada de Israel no deserto caminhando em direção à terra prometida. Um povo que sai de uma vida de escravidão no Egito e caminha em direção a um lugar desconhecido. Uma caminhada realizada absolutamente pela fé e confiança em Deus. Esta esperança esteve presente, também, na vida de Josué e Calebe. O remanescente fiel que foi premiado com a entrada e conquista da terra prometida.
Nesse sentido encontramos uma explicação neo-testamentária desse importante evento nas cartas paulinas. “Pois não quero, irmãos, que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar; e, na nuvem e no mar, todos foram batizados em Moisés,  e todos comeram do mesmo alimento espiritual;  e beberam todos da mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os acompanhava; e a pedra era Cristo.  Mas Deus não se agradou da maior parte deles; pelo que foram prostrados no deserto.  Ora, estas coisas nos foram feitas para exemplo, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.  Não vos torneis, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.  Nem nos prostituamos, como alguns deles fizeram; e caíram num só dia vinte e três mil.  E não tentemos o Senhor, como alguns deles o tentaram, e pereceram pelas serpentes. E não murmureis, como alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor. Ora, tudo isto lhes acontecia como exemplo, e foi escrito para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe não caia. Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1Co. 10:1-13). Dessa maneira, podemos perceber que a força que motivava a caminhada no deserto era a esperança escatológica. Por outro lado, a murmuração e a falta de fé foi o caminho para a perdição. 

3. Davi – ensino da esperança messiânica.

            Um dos reis de Israel que merece destaque na história bíblica foi Davi. Um homem chamado segundo o coração de Deus que sempre foi um homem de grandes contrastes. A história registra Davi como um homem revelado por sua força, sua fé e a sua fraqueza. Um rei escolhido e ungido para fundamentar a estrutura judaica que mereceu destaque pelo início da construção do templo.
            Um aspecto importante que podemos destacar da parte de Davi foram seus escritos em forma de poema. O livro de Salmos fazia parte da história de Israel por conter as letras das melodias cantadas por um povo responsável por conservar os oráculos de Deus. Davi é o maior compositor dos Salmos e em vários momentos fala da esperança escatológica através da vinda do Messias. O Messias representa aquele que haveria de vir para redimir e guiar Israel nos caminhos da eterna prosperidade.
            Os ensinos de Davi estão presentes nas poesias e expressões de louvor a Deus que encontramos no livro dos Salmos. Há vários salmos que contêm uma clara mensagem messiânica. O Salmo 69 fala do lamento do Messias. Já o Salmo 72 mostra o reino e o reinado justo: “Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei. Os seus dias floresçam a justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua. Domine de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra. Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem bem-aventurado. Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que faz maravilhas. Bendito seja para sempre o seu nome glorioso, e encha-se da sua glória toda a terra. Amém e amém”(Salmo 72:1,7-8-17-19). Ele proclama a vinda do Messias. O Messias era a esperança escatológica encarnada. Era a ação divina de maneira triunfante e poderosa na vitória completa sobre os inimigos.

4. Jeremias - o exílio babilônico.

            Um dos eventos históricos que mais influenciou os escritos do Velho Testamento é o exílio babilônico. No ano 587 a.C. Jerusalém foi invadida e o templo sagrado foi destruído pelo rei Nabucodonozor. A maioria dos judeus foi levada como escravos para a Babilônia e este evento tão triste para os judeus foi previsto por vários profetas. Jeremias é um desses que  proclamou a vontade de Deus e a disciplina do Senhor.
            Aqui está a mensagem através de uma carta para os deportados para a Babilônia: “Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, que eu fiz levar cativos de Jerusalém para Babilônia: Edificai casas e habitai-as; plantai jardins, e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; também tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais. E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fôsseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz. Pois assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhadores; nem deis ouvidos aos vossos sonhos, que vós sonhais; porque eles vos profetizam falsamente em meu nome; não os enviei, diz o Senhor. Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.” (Jer 29:1-14).
            Assim, podemos aprender sobre a ação de Deus permitindo que seu povo fosse disciplinado. Nesse evento o povo deveria ir e viver em terra estranha, porém deveriam saber que estavam passando o sofrimento como disciplina  de Deus e que um dia eles iriam voltar. Essa esperança da volta deveria ser a sustentação da fé de um povo humilhado. Deus nunca os abandonaria. E assim se fez. No tempo certo eles voltaram para reconstruir a cidade e o templo novamente, Essa é a história registrada por Esdras e Neemias.

5. Novo testamento - Jesus Cristo e os Apóstolos: Paulo e João.

No novo Testamento, as palavras de Jesus Cristo, nosso Senhor, falam profundamente. Temos também as palavras dos apóstolos Paulo e João.
Jesus nos ensina que haverá um fim dos tempos e a consumação dos séculos: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres. Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clamor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mateus 24:17-31).
O apóstolo Paulo escreve aos irmãos da cidade de Tessalônica e numa parte importante fala da vinda do Senhor: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das épocas não necessitais de que se vos escreva: porque vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como vem o ladrão de noite; as vós, irmãos, não estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão, vos surpreenda; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas; não durmamos, pois, como os demais, antes vigiemos e sejamos sóbrios. Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite; mas nós, porque somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele” (I Tess 5:1-10).
Finalmente, encontramos a esperança escatológica nos escritos do apóstolo João, especialmente em Apocalipse. É de fundamental importância a lembrança do contexto de Apocalipse. A carta escrita como uma revelação sobre os acontecimentos finais serviria de consolo para os primeiros cristãos que passavam por grandes perseguições e sofrimentos.  Única esperança daqueles primeiros cristãos era a pessoa e a obra de Deus através do seu Filho enviado para estabelecer a vitória final. O maior ensinamento do livro da revelação é a fé, a esperança e a vigilância: “Bem aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Ap. 1:3). “Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o ômega, o primeiro e o derradeiro, o princípio e o fim. Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestes [no sangue do Cordeiro] para que tenham direito à arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus (Ap.22:12-14,20).

Conclusão

     Diante do exposto, algumas considerações precisam ser reafirmadas:

  1. A Esperança escatológica é uma soma de fé, esperança e vigilância.
  2. A Esperança escatológica é a força que sustentou e tem sustentado os servos de Deus em todos os tempos.
  3. A Esperança escatológica é tão forte e importante quanto a concretização da promessa de Deus.
Assim, a maior lição que sustentamos sobre esperança escatológica é que ela não é apenas uma especulação sobre os acontecimentos futuros ou o entendimento correto das profecias e dos dias finais sem explicação coerente. Esperança escatológica fortalece a nossa vida espiritual e alimenta a alegria interior para manter a nossa fé inabalável. “Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a convicção de fatos que não se vêem” (Hebreus 11:1).

segunda-feira, maio 30, 2011

SE EU QUISER FALAR COM DEUS



Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz
Tenho que calar a voz
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos, da gravata
Dos desejos, dos receios
Tenho que esquecer a data
Tenho que perder a conta
Tenho que ter mãos vazias
Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que aceitar a dor
Tenho que comer o pão
Que o diabo amassou
Tenho que virar um cão
Tenho que lamber o chão
Dos palácios, dos castelos
Suntuosos do meu sonho
Tenho que me ver tristonho
Tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho
Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus
Tenho que me aventurar
Tenho que subir aos céus
Sem cordas pra segurar
Tenho que dizer adeus
Dar as costas, caminhar
Decidido, pela estrada
Que ao findar vai dar em nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Nada, nada, nada, nada
Do que eu pensava encontrar

quinta-feira, janeiro 06, 2011

O TRAVESTI E OS RELIGIOSOS

Faço minhas as letras de Rubem Alves nessa maravilhosa crônica que transcrevo.

Daquele dia em diante, mestre benjamim parou de esperar que lhe fizessem perguntas. Ele se assentava e a cada noite contava uma das parábolas do Senhor das historias.
“Um homem perguntou ao Senhor das histórias sobre os mandamentos. Ele respondeu: 'O primeiro mandamento é que devemos amar a Deus mais do que amamos as coisas que possuímos. E o segundo é que devemos amar o nosso próximo com o mesmo amor que temos para conosco mesmos'. 'E quem é o meu próximo', o homem perguntou. E foi essa história que ele contou.

Era uma vez um garçom que depois de uma noite de trabalho, voltava para a sua casa com um pouco de dinheiro que havia recebido como gorjetas para sustentar sua família. Eram quatro horas da madrugada, as ruas estavam vazias e escuras. Valendo-se da escuridão, dois ladrões atacaram o garçom e, além de roubarem o seu dinheiro, bateram nele, deixando-o como morto na calçada. O tempo passou. O sol anunciou a manhã.

Passava por aquela rua, no seu carro, um sacerdote que se dirigia à igreja para celebrar a primeira missa. Vendo o homem caído, ele se lamentou e disse: 'Se não fosse pela missa eu pararia para ajudá-lo'. Rezou um padre nosso e uma Ave-maria em intensão do ferido e foi cumprir suas obrigações religiosas. Logo depois, passava por aquela aquela mesma rua um pastor evangélico que se dirigia para a sua igreja a fim de dirigir uma reunião de oração. Ao ver o ferido, ele perguntou: 'Meu Deus, que terá feito esse homem para que o Diabo assim o castigasse?' Premido por suas obrigações religiosas ele de longe executou gestos de exorcismo e continuou na direção de sua igreja. Levantando o sol, manhã clara, passava por ali um travesti, em sua lambreta, vindo de uma noite de farras. Ao ver o homem caído, o seu coração se comoveu. Parou, colocou o homem na garupa e levou-o a um hospital. Lá, tirou de seu bolso todo o dinheiro que tinha e disse: 'Para pagar os gastos que houver...' E desapareceu antes que a polícia chegasse.

Terminada a parábola, Jesus perguntou aos que o ouviam: 'Desses três, qual foi aquele que cumpriu o mandamento do amor?' Todos ficaram em silêncio por saberem a resposta. Mas os religiosos não gostaram... (Parábola do Bom Samaritano)”

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Rubem Alves, Perguntaram-me se acredito em Deus, São Paulo: Editora Planeta do brasil, 2007.

sábado, janeiro 01, 2011

TÊNIS EM 2010

Aqui está uma coletânea dos melhores lances do tênis em 2010. Vale a pena conferir.