sexta-feira, dezembro 16, 2011

NATAL

“E o Verbo (Jesus Cristo) se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua Glória, como a glória do (Filho) unigênito do Pai”(João 1:14).

É Natal! Todos os sinais apontam para essa época especial do ano. As ruas estão iluminadas e os centros de compras estão enfeitados e coloridos, ficam repletos de gente com sacolas lotadas de grandes e pequenos embrulhos. As maiores empresas de tecnologia aproveitam a data para lançar seus produtos e os clientes esperam em longas horas na fila para comprarem os novos lançamentos. Depois, exibem o tamanho e o valor daquilo que foi adquirido, mostrando imensa alegria com a compra.
A partir daí muitos carregam mais que o peso dos presentes. O peso das dívidas das compras através dos cartões de crédito e outros meios de crédito que transformam esses clientes em escravos modernos. São dívidas que muitas vezes consomem os recursos financeiros mensais e substituem a euforia do Natal por sérias preocupações e profunda depressão.
No dia de Natal muitas pessoas se alegram com a troca de presentes. Comemoram, bebem e quando amanhece o dia, o resultado de tudo isso são as dores de cabeça por causa da ressaca. Em alguns casos mais graves muitos vão para os hospitais por causa de acidentes em conseqüência das extravagâncias da bebida nas festas natalinas.
Essa é uma realidade bem diferente do que a expressa na Escritura Sagrada. Na Bíblia o personagem central do natal não é o papai Noel com o seu saco cheio de presentes. A história bíblica aponta para o nascimento de Jesus Cristo como o foco principal do Natal e o tema de fundo é o cumprimento de uma promessa de Deus em nos enviar o Messias. Seu nascimento significa alegria e sua morte proclama redenção e salvação para todo aquele que crê. Jesus é o presente de Deus para a humanidade e seu valor é eterno e incalculável.
É Natal! Nasceu Jesus, o Filho de Deus. Ele é o melhor presente que poderíamos receber. Vamos nos encher da verdadeira alegria por ter o privilégio de participar desta festa tão maravilhosa, que comemora o maior acontecimento de todos os tempos. Vamos desfrutar a verdadeira alegria do Natal de Jesus Cristo em todos os dias do ano.
Feliz Natal e um 2012 repleto das bênçãos de Deus!

quinta-feira, dezembro 15, 2011

O EXÍLIO BABILÔNICO

            Na caminhada pelo contexto das Escrituras Sagradas encontramos muitos fatos e histórias marcantes. Um dos mais importantes eventos é o que chamamos de Exílio Babilônico. Este evento importante na história bíblica, que é também chamado de Cativeiro Babilônico, foi a deportação em massa e exílio dos judeus do antigo reino de Judá para a Babilônia por Nabucodonosor.
A primeira deportação teve início em 598 a.C. Jerusalém é sitiada e o jovem Joaquim, Rei de Judá, rende-se voluntariamente. O Templo de Jerusalém é parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os oficiais militares e artífices, inclusive o rei, são levados para o Exílio em Babilônia. Zedequias, tio do Rei Jeoaquim, é nomeado por Nabucodonosor como rei vassalo.
Precisamente 11 anos depois, em resultado de nova revolta no Reino de Judá, ocorre a segunda deportação em 587 a.C. e a conseqüente destruição de Jerusalém e seu Templo. Gedalias foi nomeado por Nabucodonosor para reinar sobre os poucos judeus remanescentes.
Dois meses depois, Gedalias é assassinado e os poucos habitantes que restavam fogem para o Egito com medo de represálias, deixando a terra efetivamente sem habitantes e as cidades em ruínas.
O Exílio Babilônico terminou no primeiro ano de reinado de Ciro II (538 a.C./537 a.C.) após a conquista persa da cidade de Babilônia (539 a.C.). Em conseqüência do Decreto de Ciro, os judeus exilados foram autorizados a regressar à terra de Judá, em particular a Jerusalém, para reconstruir o Templo. Este contexto da volta dos judeus para reconstruir a vida na palestina podemos encontrar muito presente nos livros de Esdras e Neemias.

AS CAUSAS DO EXÍLIO BABILÔNICO

MOTIVO PRINCIPAL: A QUEBRA DA ALIANÇA ESTABELECIDA ENTRE DEUS E O SEU POVO.
“Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Maldito o homem que não ouvir as palavras deste pacto, que ordenei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, da fornalha de ferro, dizendo: Ouvi a minha voz, e fazei conforme a tudo que vos mando; assim vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus; para que eu confirme o juramento que fiz a vossos pais de dar-lhes uma terra que manasse leite e mel, como se vê neste dia.”... “Mas não ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos; antes andaram cada um na obstinação do seu coração malvado; pelo que eu trouxe sobre eles todas as palavras deste pacto, as quais lhes ordenei que cumprissem, mas não o fizeram” (Jeremias 11:3-5,8).
O que significa esta quebra de aliança? Quais as evidências dessa quebra do pacto entre Deus e o seu povo?

1.     ABANDONO DE DEUS E AUTOCONFIANÇA.
“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.”(Jeremias 2:13).
a.     Idolatria.
 “Assim diz o Senhor: Que injustiça acharam em mim vossos pais, para se afastarem de mim, indo após a vaidade, e tornando-se levianos?”...“Acaso trocou alguma nação os seus deuses, que contudo não são deuses? Mas o meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito”(Jeremias 2:5,11).
b.     Egoísmo.
 “Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!”... “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”....“Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações” (Jeremias 17:5,7,10). 

2.     INJUSTIÇAS SOCIAIS E GOVERNOS OPRESSORES.
“Assim diz o Senhor: Executai justiça pela manhã, e livrai o explorado da mão do opressor, para que não saia o meu furor como fogo, e se acenda, sem que haja quem o apague, por causa da maldade de vossas ações” (Jeremias 21:12).
Em Jeremias 22:13 e 17, o profeta denuncia a prática injusta do rei Joaquim contra o povo de Judá e relembra as benesses ocorridas durante o reino de seu pai, Josias: “Ai daquele que edifica a sua casa com iniqüidade, e os seus aposentos com injustiça; que se serve do trabalho do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário... Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua ganância, e para derramar sangue inocente, e para praticar a opressão e a violência”.
a.     Órfãos, viúvas e estrangeiros.
    “Também excedem o limite da maldade; não julgam com justiça a causa dos órfãos, para que prospere, nem defendem o direito dos necessitados. Acaso não hei de trazer o castigo por causa destas coisas? diz o senhor; ou não hei de vingar-me de uma nação como esta?” (Jeremias 5:28).
  “Assim diz o Senhor: Exercei o juízo e a justiça, e livrai o explorado da mão do opressor. Não façais nenhum mal ou violência ao estrangeiro, nem ao órfão, nem a viúva; não derrameis sangue inocente neste lugar. Pois se deveras cumprirdes esta palavra, entrarão pelas portas desta casa reis que se assentem sobre o trono de Davi, andando em carros e montados em cavalos, eles, e os seus servos, e o seu povo. Mas se não derdes ouvidos a estas palavras, por mim mesmo tenho jurado, diz o Senhor, que esta casa se tornará em assolação” (Jeremias 22:3-5).
b.     Escravidão do próprio povo.
    Na mesma temática da justiça social encontramos a passagem de Jeremias 34:14-17, cujas denúncias são a escravidão de hebreus e o descumprimento da aliança do Sinai: “Ao fim de sete anos libertareis cada um a seu irmão hebreu, que te for vendido, e te houver servido seis anos, e despedi-lo-ás livre de ti; mas vossos pais não me ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos. E vos havíeis hoje arrependido, e tínheis feito o que é reto aos meus olhos, proclamando liberdade cada um ao seu próximo; e tínheis feito diante de mim um pacto, na casa que se chama pelo meu nome; mudastes, porém, e profanastes o meu nome, e fizestes voltar cada um o seu escravo, e cada um a sua escrava, que havíeis deixado ir livres à vontade deles; e os sujeitastes de novo à servidão. Portanto assim diz o Senhor: Vós não me ouvistes a mim, para proclamardes a liberdade, cada um ao seu irmão, e cada um ao seu próximo. Eis, pois, que eu vos proclamo a liberdade, diz o Senhor, para a espada, para a peste e para a fome; e farei que sejais um espetáculo de terror a todos os reinos da terra”. 

3.     FALSOS PROFETAS E SACERDOTES CORRUPTOS.
“Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso?” (Jeremias 5:31).
“Porque desde o menor deles até o maior, cada um se dá à avareza; e desde o profeta até o sacerdote, cada um procede perfidamente. Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Porventura se envergonharam por terem cometido abominação? Não, de maneira alguma; nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se. Portanto cairão entre os que caem; quando eu os visitar serão derribados, diz o Senhor” (Jeremias 6:13-15). 

4.     A CRENÇA NA INVIOLABILIDADE DO TEMPLO E DA CIDADE DE JERUSALÉM.
A mensagem anunciada por Jeremias relembra a destruição de Silo, que fora justificada pelos profetas como conseqüência aos pecados cometidos pela população local.
“Mas ide agora ao meu lugar, que estava em Silo, onde, ao princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel. Agora, pois, porquanto fizestes todas estas obras, diz o Senhor, e quando eu vos falei insistentemente, vós não ouvistes, e quando vos chamei, não respondestes, farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual confiais, e a este lugar, que vos dei a vós e a vossos pais, como fiz a Silo. E eu vos lançarei da minha presença, como lancei todos os vossos irmãos, toda a linhagem de Efraim” (Jeremias 7:12-15).
“Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes, e então vireis, e vos apresentareis diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos livres para praticardes ainda todas essas abominações?” (Jeremias 7:9-10).

LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM O EXÍLIO BABILÔNICO.

  Já sabemos que o motivo principal para o exílio babilônico foi a quebra da aliança por parte do povo. O exílio resultou na morte de muitas vidas e trouxe uma grande humilhação sobre a nação. Por outro lado, também resultou em muitas vantagens espirituais. Então, o que podemos aprender com este evento. Quais as lições que ficam ao estudarmos o cativeiro babilônico.
1.   O Exílio foi uma forte disciplina de Deus sobre seu povo.
 Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel, a todos os do cativeiro, que eu fiz levar cativos de Jerusalém para Babilônia...” (Jeremias 29:4).
No mesmo contexto encontramos uma palavra da profecia de Habacuque: “Não és tu desde a eternidade, ó Senhor meu Deus, meu santo? Nós não morreremos. ó Senhor, para juízo puseste este povo; e tu, ó Rocha, o estabeleceste para servir de disciplina” (Habacuque 1:12).
2.    O Exílio serviu de purificação e amadurecimento na fé.
“Edificai casas e habitai-as; plantai jardins, e comei o seu fruto. Tomai mulheres e gerai filhos e filhas; também tomai mulheres para vossos filhos, e dai vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas; assim multiplicai-vos ali, e não vos diminuais” (Jeremias 29:5,6).
“Porque assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança” (Jeremias 29:10,11). 
3.  O exílio mostrou através da queda de Jerusalém e da destruição do templo que a presença de Deus não está limitada a construções humanas.
“Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei.  Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei” (Jeremias 29:12-14).
Este é o ensino de Jesus Cristo nas palavras para a mulher samaritana, em João 4:23,24: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.
4.     O Exílio estimulou o surgimento de uma forma de adoração participativa e popular – A Sinagoga.
O templo era um local de adoração, porém a participação popular era muito distante. O sacrifício era uma missão exclusiva dos sacerdotes. Com a destruição do templo houve a enorme necessidade do contato e comunhão com Deus. No exílio era fundamental o ensino da lei e da palavra de Deus para as novas gerações. A Sinagoga era o lugar para esta missão.
Na época de Jesus Cristo este foi o lugar onde o ensino de Jesus floresceu. Por ser um ambiente onde todos podiam participar, era um ambiente totalmente favorável à pregação das boas novas de salvação a todos os homens e mulheres, sem distinção nem exclusividade.
‘Então voltou Jesus para a Galiléia no poder do Espírito; e a sua fama correu por toda a circunvizinhança. Ensinava nas sinagogas deles, e por todos era louvado. Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir” (Lucas 4:14-21).
 5.   O Exílio ensina a realidade de uma esperança escatológica que toca profundamente os servos de Deus em todos os tempos.
A escatologia é a ciência da últimas coisas. Esta idéia da esperança escatológica está presente em toda a Bíblia. Viver em esperança escatológica é viver com qualidade de vida, é esperar a plenitude do tempo para voltar para casa.  Deus cumpre os seus propósitos eternos. Deus orientou a seu povo a viver com sabedoria naquela terra estranha, mas eles deveriam saber que um dia iriam voltar.
“E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fôsseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz” (Jeremias 29:7).
O povo de Deus deve aprender a viver com os olhos na terra, mas com o coração no céu. É necessário todo esforço e oração pela paz da cidade. A Pregação do Evangelho é a proclamação da verdadeira paz e da Salvação eterna.